sexta-feira, 30 de maio de 2008

A irmã de Ana Bolena (The other Boleyn Girl)

Um romance que retrata a vida de Ana Bolena e a corte dos Tudor do ponto de vista da doce irmã de Ana, a esquecida Maria Bolena.
Maria frequentava a corte dos Tudor desde os treze anos, quando havia se casado com Sir William Carrey. Após a chegada da sua irmã, o rei Henrique VIII passou a se interessar por Maria. Logo os membros da família Bolena, conhecidos de longa data por serem oportunistas capazes de tudo para ascenderem politicamente e entregarem suas jovens como se fossem mercadorias a serem negociadas, se mobilizaram pra traçar um plano que levaria Maria à cama do rei em troca de títulos e propriedades. Maria se apaixona pelo rei e este por ela. Ela teve dois filhos dele, uma menina e um menino. A rainha nada podia fazer a não ser sofrer enquanto seu marido se divertia. Mas durante o resguardo da segunda gravidez, o rei volta sua atenção para a Ana e deixa Maria de lado, ao mesmo tempo que Maria também só pensa em seus filhos e esquece Henrique. A família novamente se reune para planejar a negociação, porém Ana não quer ser apenas mas uma das amantes do rei. Ela deseja se tornar a nova rainha da Inglaterra e para isso está disposta a passar por cima de qualquer um que se interpuser em seu caminho, até mesmo os membros de sua família. Seu lema era "doa a quem doer". Seu temperamento explosivo e sua graciosidade inigualável logo conquistaram o rei e a corte. Com a condição de se casar virgem e com seu poder de persuasão, ela ascende tornando-se Marquesa de Pembroke, afasta a rainha do trono dando início a um processo que resultou na criação da Igreja Anglicana, elimina seus inimigos, conspira com o rei e o convence de seu poder absoluto guiado e abençoado por Deus, transformando-o no rei ícone do absolutismo na Inglaterra.
O rei é excomungado, a rainha é expulsa do trono e Ana é coroada rainha consorte. Mas ela não tem o apoio do povo, que a ofendia por onde quer que ela fosse, chegando a ocorrer em Londres a manifestação de 8 mil mulheres a favor de Catarina de Aragão. Ana não só rompeu coma Igreja, mas revolucionaou a instituição do casamento em si. Se a própria rainha podia ser descartada e humilhada, então nenhuma esposa estava segura de sua posição.
Após o nascimento de uma filha e vários filhos abortados, o mesmo poder que Ana fez o Rei acreditar que possuía, o fez condená-la por traição, adultério, feitiçaria e incesto. Junto com ela foram executados seu irmão George Bolena e cinco amigos próximos do rei, acusados de serem seus amantes.
Mesmo sabendo o desfecho da história, o livro conseguiu me chocar. É espantoso como um homem outrora tão justo, se transformou num monstro quando alcançou poder ilimitado. E como essa mulher, com seus sortilégios e gênio difícil, conseguiu manipular um rei a ponto de persuadi-lo a romper com nada mais nada menos que a Senhora Igreja Católica. E mesmo assim não encontrou felicidade na vida. Quando era jovem, foi obrigada a se separar de seu único amor, Henry Percy. Teve uma vida repleta de falsidade, onde cada gesto seu seu era cuidadosamente premeditado com o intuito de impressionar a todos. Em 1000 dias passou de rainha da Inglaterra a prisioneira na torre de Londres, decapitada como um traidor vil. Tudo indica que Ana nunca cometeu adultério, já feitiçaria...
Maria se casou por amor com um fazendeiro e viveu uma vida tranquila no campo com seus filhos.





Em breve, um post sobre o filme "A Outra" inspirado nesse romance. Com Scarlet Johanson como Maria, Natalie Portman como Ana Bolena e Eric Bana como Henrique VIII.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Once


MARAVILHOSO!!!

Um romance realista, sem idealismos, sem utopias e belíssimo.
A história de um homem e uma mulher que se conhecem num café em Dublin. Ele conserta aspiradoes de pó, ela vende flores e limpa casas. Sem grandes expectativas na vida e com sonhos frustrados, eles são perfeitos um para o outro, mas as circunstâncias não permitem que eles permaneçam juntos. Ele tem o sonho de se tornar um grande cantor e com ela, que toca piano, descobre uma parceira para compôr suas músicas.
Com atuações impressionantes, fotografia que capta o clima de realidade e um roteiro comovente, o filme é repleto de música e sensibilidade.
Um filme imperdível!!!
Detalhes: as personagens principais não têm nome, o filme foi feito com duas câmeras de mão, custou mil libras e ganhou o Oscar de melhor canção.


(Ouça a trilha sonora em http://www.foxsearchlight.com/once/)

My Blueberry Nights

Não é uma história de amor. É um filme sobre pessoas e suas angústias.
Wong Kar Wai explora a fundo a natureza humana ao retratar personagens em crise com seus próprios sentimentos. Seja a garota que levou um fora do namorado, o alcólatra que foi deixado pela mulher ou a menina revoltada com o pai, o filme fala com sensibilidade do abandono em si. Da dor que se tem quando alguém que você julga essencial na sua vida resolve deixar de fazer parte dela e só o que resta para você é saudade e frustração.
O filme tem cenas muito muito belas que eu gosto de chamar de fotografia em movimento. São cenas que mostram um semáforo, uma parede de tijolos, enfim, o banal transformado em arte.
Não posso deixar de falar do beijo. Um dos melhores na história do cinema, na minha opnião.
E a trilha sonora é belíssima. Como já era esperado, Norah Jones dá um show cantando e atuando. O filme tem uns momentos de silêncio interessantes e inovadores.
E o Jude Law?! Ele não existe! Você, se for menina lógico, sai do cinema nas nuvens, querendo saber que dimensão é essa em que caras românticos e lindos como a personagem de Jude Law se apaixonam por insossas como a Norah Jones. Eu não sei vocês, mas eu quero ir pra lá!


(Confira a cena do beijo em http://www.youtube.com/watch?v=Kx9nWdDRp1s)